O texto abaixo é um trecho de um poema do compositor e cantor argentino Facundo Cabral
ESTRANGEIRO
"E me chamas estrangeiro
porque cheguei aqui por um caminho que não conhecias,
porque nasci em outra cidade e conheci outros mares
Chamas-me estrangeiro porque não estás acostumado comigo,
já que eu zarpei de um porto distante
e tu pensas que as despedidas existem apenas para que se agitem lenços
e se encham de lágrimas os olhos
e acreditas que, quando se vai para longe,
todos pensam apenas no dia do regresso
e nas orações que os entes queridos ficam repetindo,
dia após dia, anos a fio
Mas eu não sou estrangeiro
porque despertei em minha alma o que antes não conhecia
e descobri que todos os homens são iguais
que houve uma época em que o mundo não tinha fronteiras
Todos nós trazemos o mesmo grito,
as mesmas perguntas
o mesmo cansaço das viagens muito longas
Os que dividem, os que dominam, os que roubam,
os que mentem, os que compram e vendem nossos sonhos
são eles que inventaram esta palavra: estrangeiro
Olha-me no fundo de meus olhos,
além do teu ódio, do teu egoísmo, do teu medo
e verás que sou apenas um homem, que precisa de tua ajuda
Não posso ser, nunca fui um Estrangeiro".
ESTRANGEIRO
"E me chamas estrangeiro
porque cheguei aqui por um caminho que não conhecias,
porque nasci em outra cidade e conheci outros mares
Chamas-me estrangeiro porque não estás acostumado comigo,
já que eu zarpei de um porto distante
e tu pensas que as despedidas existem apenas para que se agitem lenços
e se encham de lágrimas os olhos
e acreditas que, quando se vai para longe,
todos pensam apenas no dia do regresso
e nas orações que os entes queridos ficam repetindo,
dia após dia, anos a fio
Mas eu não sou estrangeiro
porque despertei em minha alma o que antes não conhecia
e descobri que todos os homens são iguais
que houve uma época em que o mundo não tinha fronteiras
Todos nós trazemos o mesmo grito,
as mesmas perguntas
o mesmo cansaço das viagens muito longas
Os que dividem, os que dominam, os que roubam,
os que mentem, os que compram e vendem nossos sonhos
são eles que inventaram esta palavra: estrangeiro
Olha-me no fundo de meus olhos,
além do teu ódio, do teu egoísmo, do teu medo
e verás que sou apenas um homem, que precisa de tua ajuda
Não posso ser, nunca fui um Estrangeiro".