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quarta-feira, março 05, 2025

Porque Oscar Wilde foi sepultado na França?

Quem foi Oscar Wilde

Oscar Wilde (1854–1900) foi um escritor, poeta e dramaturgo irlandês, conhecido por seu estilo sofisticado, sua inteligência afiada e suas críticas à sociedade vitoriana. Ele se destacou principalmente por suas peças de teatro, sua única novela e suas frases irônicas e sarcásticas.

Principais Obras:

  • "O Retrato de Dorian Gray" (1890) – Seu único romance, que explora o hedonismo e as consequências da busca pelo prazer.
  • "A Importância de Ser Prudente" (1895) – Uma comédia de costumes que satiriza a hipocrisia da aristocracia inglesa.
  • "O Fantasma de Canterville" (1887) – Uma história que mistura humor e terror gótico.
  • "De Profundis" (1905, póstumo) – Carta escrita na prisão, onde reflete sobre sua vida e sofrimento.

Morte na França

Oscar Wilde foi sepultado na França porque passou seus últimos anos de vida em Paris, após ter sido libertado da prisão em 1897. Ele havia sido condenado a dois anos de trabalhos forçados na Inglaterra devido à sua orientação sexual, o que arruinou sua reputação e sua saúde. Depois de sair da prisão, mudou-se para a França sob um novo nome, Sebastian Melmoth, e viveu na pobreza até sua morte, em 1900, aos 46 anos.

Ele faleceu de meningite em um hotel barato de Paris e foi enterrado inicialmente no Cemitério de Bagneux. Em 1909, seus restos mortais foram transferidos para o Cemitério do Père Lachaise, onde está até hoje. Seu túmulo, projetado pelo escultor Jacob Epstein, se tornou um dos mais visitados do cemitério.

Vida e Escândalo:

Wilde alcançou grande fama na Inglaterra vitoriana, mas sua carreira foi destruída quando foi condenado a dois anos de prisão em 1895 por "indecência grave", devido ao seu relacionamento com Lord Alfred Douglas. Após cumprir a pena, exilou-se na França, onde viveu na pobreza até sua morte, em 1900.

Oscar Wilde é lembrado como um dos maiores escritores da língua inglesa e um símbolo da liberdade de expressão e da luta contra a hipocrisia moralista de sua época.


Hedonismo na Cultura e Literatura

hedonismo é uma filosofia que afirma que o prazer é o bem supremo e a principal motivação da vida. Segundo essa visão, as pessoas devem buscar o que lhes traz satisfação e evitar o sofrimento.

Oscar Wilde explorou o hedonismo em "O Retrato de Dorian Gray", onde o personagem principal busca o prazer sem medir as consequências, levando à sua própria ruína. O conceito também aparece na filosofia grega, com Epicuro, que defendia um hedonismo mais racional e equilibrado.

O hedonismo pode ser visto tanto como uma filosofia de vida positiva quanto como um caminho perigoso, dependendo de como é aplicado.

Alguns trechos do Livro  'De Profundis'

De Profundis é uma carta que Oscar Wilde escreveu na prisão para seu antigo amante, Lord Alfred Douglas. Nela, ele reflete sobre sua vida, sofrimento e redenção. Aqui estão alguns trechos marcantes:

1. Sobre o sofrimento e o aprendizado:

"Onde há sofrimento, há solo sagrado. Algum dia as pessoas perceberão o que isso significa. Mas, por ora, estou convencido de que Deus está muito mais próximo do homem no sofrimento do que no triunfo, e que, na cruz, não há apenas a compaixão de um só, mas a tragédia do mundo inteiro."

2. Sobre sua própria ruína:

"A sociedade, tal como a construíram, me arruinou, mas ao mesmo tempo, apenas um tolo não veria que eu me arruinei sozinho muito mais do que qualquer um poderia ter feito."

3. Sobre a hipocrisia social:

"Os deuses me deram quase tudo. Mas também me infligiram uma ruína terrível e ignominiosa. Alguns acreditam que fui tratado injustamente, outros pensam que recebi o que merecia. Mas, para mim, tudo isso é irrelevante. O importante é que fui colocado em uma prisão durante dois anos."

4. Sobre a arte e a dor:

"As coisas mais belas deste mundo são vazias e frágeis como bolhas de sabão, e ninguém sabe disso melhor do que um artista."

5. Sobre a transformação interior:

"Agora sei que a alma deve passar por grandes experiências para atingir a perfeição, e nenhuma experiência é tão grande quanto o sofrimento."

Esses trechos mostram como Wilde, que antes levava uma vida de luxo e excessos, passou a enxergar o sofrimento como uma forma de crescimento espiritual. É uma obra profundamente reflexiva e emocional.

Os Filhos de Oscar Wilde

Oscar Wilde teve dois filhos com sua esposa Constance Lloyd:
  1. Cyril Holland (1885–1915) – Tornou-se oficial do exército britânico e morreu na Primeira Guerra Mundial.
  2. Vyvyan Holland (1886–1967) – Seguiu carreira como escritor e tradutor, e teve um filho, Merlin Holland, que se tornou historiador e guardião do legado de Wilde.

Após o escândalo e a prisão de Wilde, Constance mudou o sobrenome dos filhos para Holland para protegê-los da desonra pública. Eles foram criados longe do pai e nunca mais o viram após sua condenação.