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segunda-feira, dezembro 10, 2007

O Clube do Bang Bang - Dica de Leitura

O Clube do bangue – bangue
Greg Marinovich - João Silva
Editora - Companhia das letrasTradução – Manuel Paulo Ferreira
Foto tirada por Kevin Carter que lhe rendeu o prêmio Pulitzer de jornalismo em 1993. A imagem foi obtida no Sudão durante uma caravana que levavam alimentos a refugiados.

Ao término do sangrento período do regime do Apartheid na África do Sul, quatro competentes fotógrafos que eram ao mesmo tempo amigos e rivais,uniam-se para enfrentar o perigo que representava a cobertura da violência que irrompia implacável
na região . Uma revista teria publicado que eles eram os paparazzis do bang bang. Mais tarde a própria revista troca a expressão para 'Clube do Ban Bang' em referência ao trabalho que os fotógrafos desenvolviam em meio a tiroteios e atrocidades constantes.

Os destemidos fotógrafos tiraram algumas das mais inesquecíveis fotografias de guerra deste período da história. Esse destemor que trouxe-lhes a fama internacional teve um preço alto.
Em abril de 1994, apenas alguns dias depois que um deles, Kevin Carter, recebeu o prêmio Pulitzer, Greg Marinovich e seu parceiro de fotografias Ken Oosterbroek foram feridos a tiro enquanto faziam a cobertura de um tiroteio nas imediações de Johannesburgo.

Quando Oosterbroek tombou fatalmente atingido, João Silva ficou dividido entre tirar fotos de seu colega ou levá-lo para uma área segura.
Três meses depois, Carter, que estava comemorando o prêmio Pulitzer quando seu melhor amigo morria, suicidou-se. Usando uma mangueira ele fez com que a fumaça do escapamento o asfixiasse dentro do seu carro.
A foto acima também foi agraciada com o prêmio Pulitzder e foi tirada por Greg Marinovich no exato momento em que um homem após ter sido perseguido e incendiado pela multidão leva uma golpe de facão na cabeça .



No livro The Bang-Bang Club, Marinovich e Silva refletem sobre sua jornada política, emocional e pessoal ao longo desses anos violentos a medida que a Africa do Sul andava em direção a uma democracia não-racial. Na trajetória dos fotógrafos do Clube do bang bang, estão além da áfrica do sul outras regiões conflagradas como a ex-Yugoslavia e o Sudão onde Carter fez a mundialmente famosa foto da criança definhando de fome que é observada de perto por um abutre que parece aguardar pela sua morte.
O livro propõe um profundo questionamento sobre a atitude do fotógrafo diante dos fatos que presencia. Quão longe se pode ir para perseguir uma boa imagem? Quando o jornalista deve deixar de lado sua imparcialidade e se envolver?


Esses e outros dilemas instigam a leitura do livro Clube do Bang Bang.