Um professor de Física quis pregar uma peça em seus alunos e lhes disse:
- Aqui vai um problema:
Um avião saiu de Amsterdam com uma velocidade de 800 km/h, à pressão de
1.004,5hPa; a umidade relativa do ar era de 66% e a temperatura 20,4 graus
Celsius.
A tripulação era composta por 2 pilotos e 6 aeromoças; a capacidade era de
145 assentos para passageiros e os banheiros estavam ocupados.
A pergunta é...
Quantos anos eu tenho?
(Aí ele deu aquele risinho de quem se sente superior).
Os alunos ficam assombrados. O silêncio é total.
Então o Joãozinho, lá no fundo da sala e sem levantar a mão, diz de pronto:
- 44 anos, professor!
O professor, muito surpreso, o olha e diz:
- Caramba, é certo.
Eu tenho 44 anos.
Mas como VC calculou?
E Joãozinho:
- Bem, eu deduzi porque eu tenho um primo que é MEIO babaca, e ele tem 22
anos...
quinta-feira, março 27, 2008
Piada: Joãozinho e o Professor De Física
terça-feira, março 25, 2008
Tese do Coelho - Trabalho de Conclusão
Num dia lindo e ensolarado o coelho saiu de sua toca com o notebook e pôs-se a trabalhar, bem concentrado. Pouco depois passou por ali a raposa e viu aquele suculento coelhinho, tão distraído, que chegou a salivar.
No entanto, ela ficou intrigada com a atividade do coelho e aproximou-se, curiosa:
R: - Coelhinho, o que você está fazendo ai tão concentrado?
C: - Estou redigindo a minha tese de doutorado, disse o coelho sem tirar os olhos do trabalho.
R: - Humm .. . e qual é o tema da sua tese?
C: - Ah, é uma teoria provando que os coelhos são os verdadeiros predadores naturais de animais como as raposas.
A raposa fica indignada:
R: - Ora! Isso é ridículo! Nos é que somos os predadores dos coelhos!
C: - Absolutamente! Venha comigo à minha toca que eu mostro a minha prova experimental.
O coelho e a raposa entram na toca. Poucos instantes depois ouve-se alguns ruídos indecifráveis, alguns poucos grunhidos e depois silêncio. Em seguida o coelho volta, sozinho, e mais uma vez retoma os trabalhos da sua tese, como se nada tivesse acontecido.
Meia hora depois passa um lobo. Ao ver o apetitoso coelhinho tão distraído agradece mentalmente a cadeia alimentar por estar com o seu jantar garantido. No entanto, o lobo também acha muito curioso um coelho trabalhando naquela concentração toda. O lobo então resolve saber do que se trata aquilo tudo, antes de devorar o coelhinho:
L: - Olá jovem coelhinho. O que o faz trabalhar tão arduamente?
C: - Minha tese de doutorado, seu lobo. É uma teoria que venho desenvolvendo há algum tempo e que prova que nós, coelhos, somos os grandes predadores naturais de vários animais carnívoros, inclusive dos lobos.
O lobo não se contém e farfalha de risos com a petulância do coelho.
L: - Ah, ah, ah, ah!! Coelhinho! Apetitoso coelhinho! Isto é um despropósito. Nós, os lobos, é que somos os genuínos predadores naturais dos coelhos. Aliás, chega de conversa...
C: - Desculpe-me, mas se você quiser eu posso apresentar a minha prova experimental. Você gostaria de acompanhar-me à minha toca?
O lobo não consegue acreditar na sua boa sorte. Ambos desaparecem toca adentro. Alguns instantes depois ouve-se uivos desesperados, ruídos de mastigação e... silêncio. Mais uma vez o coelho retorna sozinho, impassível, e volta ao trabalho de redação da sua tese, como se nada tivesse acontecido...
Dentro da toca do coelho vê-se uma enorme pilha de ossos ensangüentados e peles de diversas ex-raposas e, ao lado desta, outra pilha ainda maior de ossos e restos mortais daquilo que um dia foram lobos. Ao centro das duas pilhas de ossos, um enorme leão, satisfeito, bem alimentado e sonolento, a palitar os dentes.
MORAL DA HISTÓRIA:
Não importa quão absurdo é o tema de sua tese. Não importa se você não tem o mínimo fundamento científico. Não importa se os seus experimentos nunca cheguem a provar sua teoria. Não importa nem mesmo se suas idéias vão contra o mais óbvio dos conceitos lógicos ... o que importa é QUEM É O SEU ORIENTADOR...
terça-feira, março 18, 2008
Piada: O Cachorro Velho
Uma velha senhora foi para um safári na África e levou seu velho vira-lata com ela.
Um dia, caçando borboletas, o velho cão, de repente, deu-se conta de que estava perdido.
Vagando a esmo, procurando o caminho de volta, o velho cão percebe que um jovem leopardo o viu e caminha em sua direção, com intenção de conseguir um bom almoço.
O cachorro velho pensa:
-'Oh! Estou mesmo enrascado ! Olhou à volta e viu ossos espalhados no chão por perto. Em vez de apavorar-se mais ainda, o velho cão ajeita-se junto ao osso mais próximo, e começa a roê-lo, dando as costas ao predador.
Quando o leopardo estava a ponto de dar o bote, o velho cachorro exclama bem alto :
- Cara, este leopardo estava delicioso ! Será que há outros por aí ?
Ouvindo isso, o jovem leopardo, com um arrepio de terror, suspende seu
ataque, já quase começado, e se esgueira na direção das árvores.
-Caramba! pensa o leopardo, essa foi por pouco ! O velho vira-lata quase me pega!
Um macaco, numa árvore ali perto, viu toda a cena e logo imaginou como
fazer bom uso do que vira: em troca de proteção para si, informaria ao predador que o vira-lata não havia comido leopardo algum...
E assim foi, rápido, em direção ao leopardo. Mas o velho cachorro o vê correndo na direção do predador, em grande velocidade, e pensa:
-Aí tem coisa!
O macaco logo alcança o felino, cochicha-lhe o que interessa e faz um acordo com o leopardo.
O jovem leopardo fica furioso por ter sido feito de bobo, e diz:
-'Aí, macaco! Suba nas minhas costas para você ver o que acontece com aquele cachorro abusado!'
Agora, o velho cachorro vê um leopardo furioso, vindo em sua direção, com um macaco nas costas, e pensa:
-E agora, o que é que eu posso fazer ?
Mas, em vez de correr ( sabe que suas pernas doídas não o levariam longe), o cachorro senta, mais uma vez dando costas aos agressores, e fazendo de conta que ainda não os viu, e quando estavam perto o bastante para ouvi-lo, o velho cão diz:
-'Cadê o safado daquele macaco? Eu o mandei buscar outro leopardo para mim!
Estou com uma fome do cão!'
Moral da história:
Não mexa com cachorro velho... Idade e habilidade se sobrepõem à juventude e intriga. Sabedoria só vem com idade e experiência.
quinta-feira, março 13, 2008
Piada: Empregada Pedindo Aumento
- Madame, estou precisando de um aumento.
A senhora muito chateada pergunta:
- Maria, porque você acha que merece um aumento?
- Você só está aqui há 3 meses.
- Madame, há três razões porque eu acho que mereço um aumento.
- Em primeiro lugar eu passo as roupas melhor do que a senhora.
- Quem foi que disse isso?
- Foi o patrão quem disse. Em segundo lugar eu cozinho melhor do que a senhora.
- Que absurdo, quem disse isso?
- Foi o patrão quem disse. Em terceiro lugar eu sou melhor na cama que a senhora.
- Desgraçada... Foi meu marido quem disse isso também?
- Não madame, foi o motorista...
-QUANTO VOCÊ QUER DE AUMENTO ????
Piada:As mulheres infláveis e os velhinhos
Dois coroas, depois de encherem a cara, decidem ir a uma casa de baixo meretrício.
A Cafetina olha bem para os dois e chama a sua gerente:
- vá aos dois primeiros quartos e coloque uma boneca de inflar em cada cama. Esses dois estão tão velhos e bêbados que não vão notar a diferença. Não vou gastar minhas meninas com esses dois.
A gerente cumpre as ordens e os dois coroas vão para os seus respectivos quartos e 'fazem os seus deveres de casa'.Já no trajeto de volta para casa, um dos coroas diz:
- acho que a mulher que estava comigo estava morta!
- Morta? Diz o outro. Porque você acha isso?
- É que ela não se moveu e não falou nada enquanto eu fazia amor com ela.
- Podia ter sido pior, diz o outro. Eu acho que a minha era uma> bruxa!
- Uma bruxa!!! Por que cargas d'água você acha isso?
- Bem, é que eu estava nas preliminares e dei uma mordida na bunda dela. Ela aí peidou na minha cara, saiu voando pela janela e ainda por cima levou a minha dentadura!!!
Piada:Super Bonder Cola Tudo
Rita e seu namorado estavam em seu quarto dando uma. A sua mãe termina o almoço e começa a chamar:
- Rita, o almoço está pronto!
- Já vou mãe, não demoro.
- Eu sei o que eles estão fazendo! - diz Joãozinho, o irmão mais novo.
- Deixa de ser intrometido e cala a boca!
- Rita, anda! Vem prá mesa! Diz a mãe.
- Já vou, mãe!
- Rá, rá, rá, eu sei o que eles estão fazendo! continua o pestinha.
O pentelho leva um tabefe e cala a boca. Passada quase meia hora, a mãe, novamente:
- Rita, se apressa que a comida vai esfriar!
- Oh mãe, já vou..., diz a filha, quase a chorar...
O Joãozinho então começa a rir e diz:
- Eu sei o que eles estão fazendo... Hahaha.
A mãe diz:
- Fala então peste dos infernos...
- A Rita me pediu o tubo da vaselina... e eu dei o de Super Bonder!!!
quarta-feira, março 12, 2008
Mais uma do Barão de Itararé
No Curso de Medicina, o professor se dirige ao aluno e pergunta:
- Quantos rins nós temos?
- Quatro! - Responde o aluno.
-Quatro? - Replica o professor, arrogante, daqueles que se comprazem em
tripudiar sobre os erros dos alunos. E ele ordena ao seu auxiliar - Traga um
feixe de capim, pois temos um asno na sala.
- E para mim um cafezinho! - Replicou o aluno ao auxiliar do mestre.
O professor ficou irado e expulsou o aluno da sala. O aluno era, entretanto,
o humorista Aparício Torelly Aporelly 1895-1971), mais conhecido como o
'Barão de Itararé'.
Ao sair da sala, o aluno ainda teve a audácia de corrigir o furioso mestre:
- O senhor me perguntou quantos rins 'nós temos'. 'Nós' temos quatro: dois
meus e dois teus. Tenha um Bom Dia e delicie-se com o capim.
A vida exige muito mais compreensão do que conhecimento!
Ás vezes as pessoas, por terem mais um pouco de conhecimento ou acreditarem
que o tem, se acham no direito de subestimar os outros...
E haja capim!!
sexta-feira, março 07, 2008
A Polemica da Lei da Biosegurança
No relatório do ministro Carlos Brito do Supremo Tribunal Federal, relator no caso da ação direta de
Inconstitucionalidade proposta contra o artigo 5º da “Lei da Biossegurança”, são citados dois trechos pronunciados por cientistas que sintetizam a posição das partes que discordam quanto o que representa o embrião humano fertilizado in-vitro:
O primeiro é um trecho da explanação proferida pela Drª Mayana Zatz,
professora de genética da Universidade de São Paulo:
“Pesquisar células embrionárias
obtidas de embriões congelados não é
aborto. É muito importante que isso fique
bem claro. No aborto, temos uma vida no
útero que só será interrompida por
intervenção humana, enquanto que, no
embrião congelado, não há vida se não
houver intervenção humana. É preciso haver
intervenção humana para a formação do
embrião, porque aquele casal não conseguiu
ter um embrião por fertilização natural e
também para inserir no útero. E esses
embriões nunca serão inseridos no útero. É
muito importante que se entenda a
diferença”.
O segundo trecho citado pelo ministro relator é da Drª Lenise Aparecida Martins Garcia, professora do
Departamento de Biologia Celular da Universidade de Brasília que repsenta a corrente que se opõe a Lei da Biosegurança no que se refere a pesquisa com células tronco de embriões fecundados em laboratório:
“Nosso grupo traz o embasamento
científico para afirmarmos que a vida humana
começa na fecundação, tal como está colocado na
solicitação da Procuradoria. (...) Já estão
definidas, aí, as características genéticas
desse indivíduo; já está definido se é homem ou
mulher nesse primeiro momento (...). Tudo já
está definido, neste primeiro momento da
fecundação. Já estão definidas eventuais
doenças genéticas (...). Também já estarão aí
as tendências herdadas: o dom para a música,
pintura, poesia. Tudo já está ali na primeira
célula formada. O zigoto de Mozart já tinha dom
para a música e Drummond, para a poesia. Tudo
já está lá. É um ser humano irrepetível”.
Estes dois trechos mostram resumidamente que a discussão é muito ampla tendo todos os lados suas razões e justificativas sejam científicas, religiosas ou morais.
O artigo em discussão e que foi objeto da ação direta de inconstitucionalidade é esse:
“Art. 5o É permitida, para fins de
pesquisa e terapia, a utilização de células tronco
embrionárias obtidas de embriões humanos
produzidos por fertilização in vitro e não
utilizados no respectivo procedimento,
atendidas as seguintes condições:
I – sejam embriões inviáveis; ou
II – sejam embriões congelados há 3
(três) anos ou mais, na data da publicação
desta Lei, ou que, já congelados na data da
publicação desta Lei, depois de completarem 3
(três) anos, contados a partir da data de
congelamento.
§ 1o Em qualquer caso, é necessário
o consentimento dos genitores.
§ 2o Instituições de pesquisa e
serviços de saúde que realizem pesquisa ou
terapia com células-tronco embrionárias humanas
deverão submeter seus projetos à apreciação e
aprovação dos respectivos comitês de ética em
pesquisa.
§ 3o É vedada a comercialização do
material biológico a que se refere este artigo
e sua prática implica o crime tipificado no art.
15 da Lei no 9.434, de 4 de fevereiro de 1997.”
O argumento do autor da ação é de que esses dispositivos contrariam “a inviolabilidade do
direito à vida, porque o embrião humano é vida humana, e
faz ruir fundamento maior do Estado democrático de direito,
que radica na preservação da dignidade da pessoa humana”
Quem quiser ler na íntegra o relatório e voto do Ministro Carlos Ayres Brito pode acessá-lo no seguinte endereço:
http://www.stf.gov.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/adi3510relator.pdf
quarta-feira, março 05, 2008
Lembrando Leminski- Campo de Sucatas
Saudade do futuro que não houve
Aquele que ia ser nobre e pobre
Como é que tudo aquilo pôde
Virar esse presente podre
E esse desespero em lata?
Trecho do livro Ex-estranho (1996) de Paulo Leminski. Neste livro tem um pequeno texto introdutório:
"Este livro ... expressa, na maior parte de seus poemas, uma vivência de despaisamento, o desconforto do not-belonging, o mal-estar do fora-de-foco, os mais modernos dos sentimentos".
Revista Superinteressante - Leia Gratuitamente
A Editora Abril liberou, para leitura e consulta, todo o conteúdo das edições antigas da Revista Super interessante, de 1987 a 2006.
É só clicar no Ano, escolher a Capa da Revista, e acessar todo o seu conteúdo. E melhor de tudo: É totalmente de graça.
Baixe as edições da revista superinteressante da Editora Abril no link: http://super.abril.com.br/super2/superarquivo/
terça-feira, março 04, 2008
Procura-se um Amigo - Vinícius de Moraes
Procura-se um amigo
Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração.
Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir.
Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa.
Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor..
Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo.
Deve guardar segredo sem se sacrificar.
Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão.
Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados.
Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar.
Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa.
Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo.
Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários.
Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.
Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo.
Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância.
Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade.
Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.
Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo.
Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas.
Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive
O Amor , Quando Se Revela - Fernando Pessoa
O amor quando se revela.
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
O Amor é Fogo que Arde sem se Ver - Luis de Camões
Amor é fogo que arde sem se ver – Luiz De Camões
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Poemas - Paulo Leminski
Poemas – Paulo Leminski
eu
quando olho nos olhos
sei quando uma pessoa
está por dentro
ou está por fora
quem está por fora
não segura
um olhar que demora
de dentro do meu centro
este poema me olha
PAREÇA E DESAPAREÇA
Parece que foi ontem.
Tudo parecia alguma coisa.
O dia parecia noite.
E o vinho parecia rosas.
Até parece mentira,
tudo parecia alguma coisa.
O tempo parecia pouco,
e a gente se parecia muito.
A dor, sobretudo,
parecia prazer.
Parecer era tudo
que as coisas sabiam fazer.
O próximo, eu mesmo.
Tão fácil ser semelhante,
quando eu tinha um espelho
pra me servir de exemplo.
Mas vice versa e vide a vida.
Nada se parece com nada.
A fita não coincide
Com a tragédia encenada.
Parece que foi ontem.
O resto, as próprias coisas contem.
SINTONIA PARA PRESSA E PRESSÁGIO
Escrevia no espaço.
Hoje, grafo no tempo,
na pele, na palma, na pétala,
luz do momento.
Sôo na dúvida que separa
o silêncio de quem grita
do escândalo que cala,
no tempo, distância, praça,
que a pausa, asa, leva
para ir do percalço ao espasmo.
Eis a voz, eis o deus, eis a fala,
eis que a luz se acendeu na casa
e não cabe mais na sala.