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terça-feira, outubro 14, 2008

Piada:Mineiro Dando Ma Noticia


- Alô, Sô Carlos? Aqui é o Uóshito, casêro do sítio.

- Pois não, Seu Washington. Que posso fazer pelo senhor? Houve algum problema?

- Ah, eu só tô ligano para visá pro sinhô qui o seu papagaio morreu.

- Meu papagaio? Morreu? Aquele que ganhou o concurso?

- Êle mermo.

- Puxa! Que desgraça! Gastei uma pequena fortuna com aquele bicho! Mas...ele morreu de que?

- Dicumê carne istragada

- Carne estragada? Quem fez essa maldade? Quem deu carne para ele?

- Ninguém. Ele cumeu a carne dum dos cavalos morto.

- Cavalo morto? Que cavalo morto, seu Washington?

- Aquele puro-sangue qui o sinhô tinha! Eles morrero de tanto puxá carroça dágua!

- Tá louco? Que carroça d'água?

- Prapagá o incêndio!

- Mas que incêndio, meu Deus?

- Na sua casa... uma vela caiu, aí pegô fogo nascurtina!

- Caramba, mas aí tem luz elétrica! Que vela era essa?

- Do velório!

- De quem?

- Da sua mãe! Ela apareceu aqui sem avisá e eu dei um tiro nela pensando que era ladrão!

- Meu Deus, que tragédia (começa a chorar)

- Peraí sô Carlos, o sinhô num vai chorá pur causa dum papagai, vai???

quinta-feira, outubro 09, 2008

Piadas: Anedotas Mineiras




Em Minas é assim...


NUDEZ MINEIRA

Dois cumpadre de Uberaba tavam bem sossegadim fumando seus respectivo
cigarrim de paia e proseano.
Conversa vai, conversa vem, eis que a certa altura um deles pergunta pro
outro:
- Cumpadre, u quê quiocê acha desse negóço de nudez?
- No que o outro respondeu:
- Acho bão, sô!
O outro ficou assim, pensativo, meditativo...e perguntou de novo:
- Ocê acha bão purcaus diquê, cumpadre?
E o outro:
- Uai! É mió nudês do que nunosso, né mesmo?
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SUTILEZA MINEIRA

O cumpadi, há muito tempo de olho na cumadi, aproveitô a ausência do cumpadi
e resolveu fazer uma visitinha para ver se ela não carecia de arguma
coisa...
Chegando lá, os dois meio sem jeito, não estavam acostumados a ficar a
sós...falaram sobre o tempo...
- Será qui chove?
- Pois é..... Ficô um grande silêncio.....
Aí, o cumpadi se enche de corage e resorve quebrá o gelo:
- Cumadi....qui qui ocê acha: trepemo ou tomemo um café?
- Ah, cumpadi...cê mi pegô sem pó.....
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TREM CAIPIRA

Uma mulher estava esperando o trem na estação ferroviária de Varginha,
quando sentiu uma vontade de ir urgentemente ao banheiro. Foi...
Quando voltou, o trem já tinha partido. Ela começou a chorar.
Nesse momento, chegou um mineiro, compadeceu-se dela e perguntou:
- Purcaus diquê qui a sinhora tá chorano?
- É que eu fui urinar e o trem partiu....
- Uai, dona! Por caus dissu num precisa chorá não...tenho certeza bissoluta
qui a sinhora já nasceu com esse trem partido....
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CUNVERSA DE MINEIRIM

- Cumpadi, muié é bicho estranho, num é mêsss???
- Num gosta di pescá....
- Num gosta di futebor...
- Num sabi contá piada...
- Num toma umas pinguinha....
- Óia, cumpadi....si num tivesse xoxota, eu nem cumprimentava.
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MUIÉ MINEIRA

Os dois cumpadres pitavam o cigarrim de paia e prosiavam. Um deles pergunta:
- Ô cumpadre, cumé que chama mesmo aquela coisa que as muié tem (faz um
sinal com as duas mãos), quentim, cabeludim, que a gente gosta, é vermeia e
que come terra?
- Uai...quentim... vermeia..? A gente gosta? Uái sô, só pode ser xoxota. Mas
eu num sabia que comia terra, sô!!
O outro dá uma pitada no cigarro:
- Pois come, cumpadre. Só di mim, cumeu treis fazenda.
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DIPROMA

O velho fazendeiro do interior de Minas está em sua sala, proseando com um
amigo, quando um menino passa correndo por ali.
Ele chama:
- Diproma, vai falar para sua avó trazer um cafèzinho aqui pra visita!
E o amigo estranha:
- Mas que nome engraçado tem esse menino!! É seu parente?
- É meu neto! Eu chamo ele assim porque mandei a minha filha estudar em
Belzone e ela voltou com ele!
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MINEIRIM NO RIDIJANEIRO

Um mineirim tava no Ridijaneiro, bismado cas praia, pé discarço. sem camisa,
caquele carção samba canção, sem cueca pur dibacho.
Os cariocas zombano, contano piada de mineiro. Alheio a tudo, o mineirim
olhou pro marzão e num se güentô: correu a toda velocidade e deu um
mergúio,deu cambaióta, pegô jacaré e tudo mais.
Quando saiu, o carção de ticido finim tava transparente e grudadim na pele.
Tudu mundo na praia tava oiano pro tamanho do 'amigão' que o mineirim tinha.
O bicho ia até pertim do juêio...A turma nunca tinha visto coisa igual. As
muié cum sorrisão, os homi roxo dinveja, só tinham olhos pro bicho.
O mineirim intão percebeu a situação, ficou todo envergonhado e gritou:
-Qui qui foi, uai? Seus bobãum... vão dizê qui quando oceis pula na agua
fria, o pintim doceis num incói tamém...?
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TRAIÇÃO À MINEIRA

O amigo chega pro Carzeduardo e fala:
- Carzeduardo, sua muié tá te traino co Arcide.
- Magina!! Ela num trai eu não. Cê tá inganado, sô.
- Carzeduardo! Toda veiz qui ocê sai pra trabaiá, o Arcide vai pra sua casa
e prega ferro nela.
- Duvido! Ele não teria corage....
- Mais teve! Pode confiri. Indignado com o que o amigo diz, o Carzeduardo
finge que sai de casa, sesconde dentro do guarda-roupa e fica olhando
pela fresta da porta.
Logo vê sua mulher levando o Arcide para dentro do quarto pra começar a
sacanage. Mais tarde, ele encontra com o amigo, que lhe pergunta o que
houve.
E então, o Carzeduardo relata cabisbaixo:
- Foi terrive di vê!!!... ele jogou ela na cama, tirou a brusa... e os peito
caiu... tirou a carcinha... e a barriga e a bunda dispencaro... tirou as
meia... e apariceu aquelas varizaiada toda, as perna tudo cabiluda. E eu
dentro do guarda roupa, cas mãos no rosto, pensava: 'Ai... qui vergonha que
tô do Arcide!!!'
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UAI SÔ

Um mineirinho bom de cama, passando por New York, pega uma americana e parte
para os finalmentes. Durante a relação, a americana fica louca e começa a
gritar:
- Once more, once more, once more... (tradução de once more: 'mais uma vez')
E o mineirinho responde desesperado:
- Beozonte, Beozonte, Beozonte.....
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O EMPRESÁRIO E O MINEIRIM!

Num certo dia, um empresário viajava pelo interior de Minas.
Ao ver um peão tocando umas vacas, parou para lhe fazer algumas perguntas:
- Acha que você poderia me passar umas informações?
- Claro, sô!
- As vacas dão muito leite?
- Qual que o senhor quer saber: as maiáda ou as marrom?
- Pode ser as malhadas.
- Dá uns 12 litro por dia!
- E as marrons?
- Tamém uns 12 litro por dia!
O empresário pensou um pouco e logo tornou a perguntar:
- Elas comem o quê?
- Qual? As maiáda ou as marrom?
- Sei lá, pode ser as marrons!
- As marrom come pasto e sal.
- Hum! E as malhadas?
- Tamém come pasto e sal!
O empresário, sem conseguir esconder a irritação:
- Escuta aqui, meu amigo! Por quê toda vez que eu te pergunto alguma coisa
sobre as vacas você me diz se quero saber das malhadas ou das marrons, sendo
que é tudo a mesma resposta?
E o matuto responde:
- É que as maiáda são minha!
- E as marrons?
- Tamém!
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INDO PARA A PESCARIA...

Os dois mineiros se encontram no ponto de ônibus em Cocalinho para uma
pescaria.
- Então cumpade, tá animado? pergunta o primeiro.
- Eu tô, home!
- Ô cumpade, pro mode quê tá levano esses dois embornal?
- É que tô levano uma pingazinha, cumpade.
- Pinga, cumpade? Nóis num tinha acertado que num ia bebê mais?!
- Cumpade, é que pode aparece uma cobra e pica a gente. Aí nóis desinfeta
com a pinga e toma uns gole que é pra mode num sinti a dô.
- É... e na outra sacola, o que qui tá levano?
- É a cobra, cumpade. Pode num tê lá...
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MINEIRIM COMPRANDO PASSAGEM

O mineirin vai a uma estação ferroviária para comprar um biete.
- Quero uma passage para o Esbui - solicita ao atendente.
- Não entendi; o senhor pode repetir?
- Quero uma passage para o Esbui!
- Sinto muito, senhor, não temos passagem para o Esbui.
Aborrecido, o caipira se afasta do guichê, se aproxima do amigo que o estava
aguardando e lamenta:
- Olha, Esbui, o homem falou que prá ocê não tem passagem não!
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A PESQUISADORA E O MINEIRIN

Uma pesquisadora do IBGE bate à porta de um sitiozinho perdido no interior
de Minas.
- Essa terra dá mandioca?
- Não, senhora. - responde o roceiro.
- Dá batata?
- Também não, senhora!
- Dá feijão?
- Nunca deu!
- Arroz?
- De jeito nenhum!
- Milho?
- Nem brincando!
- Quer dizer que por aqui não adianta plantar nada?
- Ah! ... Se plantar é diferente...

Do mundo virtual ao espiritual - Frei Betto


Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos em paz em seus mantos cor de açafrão. Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir: 'Qual dos dois modelos produz felicidade?'

Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei:
'Não foi à aula?' Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'. Comemorei: 'Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde '. 'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã...' 'Que tanta coisa?', perguntei. 'Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não disse 'tenho aula de meditação'!

Estamos construindo super-homens e super-mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados. Por isso, as empresas consideram agora que, mais importante que o QI, é a IE, a Inteligência Emocional .
Não adianta ser um super-executivo se não consegue se relacionar com as pessoas. Ora, como seria importante os currículos escolares incluírem aulas de meditação!

Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: 'Como estava o defunto'? 'Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite'! Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?

Outrora, falava-se em realidade: análise da realidade, inserir-se na realidade, conhecer a realidade. Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Pode-se fazer sexo virtual pela internet: não se pega Aids, não há envolvimento emocional, controla-se no mouse. Trancado em seu quarto em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra!

Tudo é virtual, entramos na virtualidade de todos os valores, não há compromisso com o real! É muito grave esse processo de abstração da linguagem, de sentimentos: somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. Enquanto isso, a realidade vai por outro lado, pois somos também eticamente virtuais.

A cultura começa onde a natureza termina. Cultura é o refinamento do espírito. Televisão, no Brasil com raras e honrosas exceções , é um problema: a cada semana que passa temos a sensação de que ficamos um pouco menos cultos. A palavra hoje é 'entretenimento' ; domingo, então , é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: 'Se tomar este refrigerante, vestir este tênis, usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!' O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede, desenvolve de tal maneira o desejo que acaba precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.

Os psicanalistas tentam descobrir o que fazer com o desejo dos seus pacientes. Colocá-los aonde? Eu, que não sou da área, posso me dar o direito de apresentar uma sugestão. Acho que só há uma saída: virar o desejo para dentro. Porque para fora ele não tem aonde ir! O grande desafio é virar o desejo para dentro, gostar de si mesmo, começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.

Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Se alguém vai à Europa e visita uma pequena cidade onde há uma catedral, deve procurar saber a história daquela cidade - a catedral é o sinal de que ela tem história. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shopping centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingo. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...

Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do McDonald's.

Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: 'Estou apenas fazendo um passeio socrático.' Diante de seus olhares espantados explico: 'Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: 'Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz'.


Frei Betto
Assessor especial do presidente Lula durante os dois primeiros anos de governo, Frei Betto (Carlos Alberto Libânio Cristo) deixou o cargo no final de 2004 para se dedicar ao que mais gosta: escrever. Em fase de lançamento do livro "Mosca Azul", onde a-borda a transformação que ocorre com os que chegam ao poder.

quarta-feira, outubro 08, 2008

Antiinflamatorios podem reduzir risco de cancer de mama

O uso freqüente de antiinflamatórios pode reduzir o risco de câncer de mama em até 21%,conforme um estudo publicado na revista científica "Journal of the National Cancer Institute".

Cientistas espanhóis e canadenses revisaram 38 estudos sobre a relação entre a doença e o uso dos remédios.

Eles observaram que o uso freqüente dos antiinflamatórios causa uma redução média de 12% no risco de se desenvolver câncer de mama.

Ao analisar dados específicos de cada tipo do remédio, os cientistas identificaram que o uso da aspirina seria responsável por uma redução de até 13%, enquanto o consumo regular de advil reduziria os riscos em até 21%.



"Os resultados são encorajadores e podem ajudar a compreender melhor a importância do papel das inflamações na patologia da doença", disse Mahyar Etminan, da Universidade de British Columbia, no Canadá, que coordenou o estudo.

Hipótese
Estudos anteriores alcançaram resultados conflitantes sobre a relação entre o uso dos medicamentos e a redução no risco de desenvolver a doença.
Na pesquisa recente, a análise foi feita a partir de estudos de observação e não contou com testes clínicos.

Por essa razão, apesar dos resultados serem animadores, ainda devem ser considerados apenas como uma hipótese. Os cientistas não recomendam o uso freqüente dos medicamentos para mulheres que querem se prevenir contra a doença, até que testes clínicos confirmem esses resultados.

Somente depois dos testes será possível avaliar os mecanismos biológicos envolvidos na relação entre o uso dos antiinflamatórios e a redução nos riscos da doença.

Etminan afirma ainda que os testes já estão sendo realizados pela equipe. Os resultados serão divulgados em 2009.

Fonte: G1

sábado, outubro 04, 2008

Poesia: Reflexo de Mim (Filhos)


Meu filho dorme e sonha

E eu sonho por ele e por mim

Meu menino canta e quase dorme

E acorda e sonha e vive

E eu lhe sonho meu sonho de vida

Mas o menino que sonha e conta seus pesadelos

Não sou eu, é ele mesmo

Traz um pedaço de mim

Que é dele, não meu

É um coração que dorme e acorda

Brinca e corre por aí

Que tem uma espada e a brande ante o dragão

E frente a seus pesadelos vai construindo seus sonhos

Sonhos que a vida continuará a legar

Aos filhos dos filhos, ainda depois que eu partir


Autor: Daniel Elói Pedroso de Oliveira (2000)

daniel.eloi arroba gmail.com


Poesia de Natal



No escuro da noite uma estrela cadente

Brota incandescente, esperado sinal

Prá quem vem do oriente, trazer seus presentes

E prá quem mais chegue a tempo de presenciar

À luz de um menino, a luz da esperança

E uma mãe, uma santa a Lhe embalar

Ele acorda no berço prá despertar nosso mundo

De um sono profundo de egoísmo e de dor

Ele cresce e seu brilho logo então resplandece

Ele fala, ele ensina e surpreende no templo.

Suas palavras, pro vento, é um prazer espalhar.

É um perfume de paz que vem trazer o alento,

Aos humildes, aos pobres, aos fracos e enfermos.

Aos que vivem a fome, a sede e a injustiça.

E aos que não vêem cintilar o sol de cada manhã,

Traz-lhes visão da verdade, a esses e a todos os cegos do mundo

Mas fala também aos ricos, aos arrogantes, aos maus,

Aos fortes, aos falsos e aos que se iludem assim...

Lhes mostra que cada mão sustenta a felicidade

Suspensa nos fios da responsabilidade.

Convida a todos a beberem da água viva da fé

E a oferecerem uns aos outros a sua boa-vontade.

Reúne a todos e os abraça num enlace fraterno

Os proclama iguais, filhos de um único Pai.

Faz do perdão superior a qualquer que seja a ofensa.

E ele mesmo perdoa quem à morte o condena.

Ilumina as mãos que repartem o pão sem alarde.

Oferecendo amor divino à maldade

E sua morte na cruz pela humanidade.

E então ressurge radiante, no mesmo esplendor que nasceu

E nos conforta ao dizer que sempre estará bem aqui

No coração, na consciência de cada um de nós

Quando reunidos em seu nome, ou orando a sós...


Autor: Daniel Elói Pedroso de Oliveira

daniel.eloi arroba gmail.com


Poesia: Em Memória (escrito na morte de um amigo)



O céu chora a morte de alguém numa manhã vazia.
Gotas repicam melancólicas na minha vidraça

Declamam a elegia os leões sobre as nuvens
Carregadas de espinhos que caem sobre as lembranças.


Cai o pano inesperadamente sobre ombros cansados
E sobre todos que aguardam por boas notícias
Desce a chuva que anuncia sempre uma despedida
E se entristece por aqueles que se despedem em silêncio
Derramando sobre eles lágrimas de desencanto.


Quantas festas, ocasiões lúdicas, alegres e sinceras
Já não se pode repartir na voz mútua das calçadas
Outras lembranças, tantas, chegarão inesperadas
No murmúrio lamentoso do mar de verão

Partimos sempre cedo demais
Eis que sempre ficará a palavra não dita
E os silenciosos sentimentos que não precisamos externar
Guardo nessa chuva a memória de alguém que não sei se conheci.


Autor: Daniel Elói Pedroso de Oliveira

mail: daniel.eloi arroba gmail.com

Piada:O presente de aniversário



É muito comum casais terem problemas de comunicação, porque as mulheresnunca dizem claramente o que querem e os homens não se esforçam paraentender.
A história abaixo ilustra bem isso.
A mulher, querendo um carro esporte novo, virou-se para o marido e disse:

- Meu amor, meu aniversário está chegando. Quero um presente surpresa.
- Para te ajudar, vou dar uma dica: quero algo que vá de zero a cem em menos de 5 segundos.
Pode ser de qualquer cor.
No dia do aniversário ela ganhou uma balança de banheiro novinha,cor-de-rosa...

...O marido ainda está desaparecido...

quarta-feira, outubro 01, 2008

Max Gehringer e a armadilha do anuncio de emprego



Vi um anúncio de emprego. A vaga era de Gestor de Atendimento Interno, nome que agora se dá à Seção de Serviços Gerais.

E a empresa exigia que os interessados possuíssem - sem contar a formação superior, liderança, criatividade, energia, ambição, conhecimentos de informática, fluência em inglês e não bastasse tudo isso, ainda fossem HANDS ON.

Para o felizardo que conseguisse convencer o entrevistador de que possuía essa variada gama de habilidades, o salário era um assombro: 800 reais. Ou seja, um pitico.

Não que esse fosse algum exemplo fora da realidade. Ao contrário, é quase o paradigma dos anúncios de emprego.

A abundância de candidatos permite que as empresas levantem cada vez mais a altura da barra que o postulante terá de saltar para ser admitido. E muitos, de fato, saltam. E se empolgam. E aí vêm as agruras da super-qualificação, que é uma espécie do lado avesso do efeito pitico....

Vamos supor que, após uma duríssima competição com outros candidatos tão bem preparados quanto ela, a Fabiana conseguisse ser admitida como gestora de atendimento interno...

E um de seus primeiros clientes fosse o seu Borges, Gerente da Contabilidade.
Seu Borges: -- Fabiana, eu quero três cópias deste relatório.

Fabiana: -- In a hurry!

Seu Borges: -- Saúde.

Fabiana: -- Não, Seu Borges, isso quer dizer "bem rapidinho". É que eu tenho fluência em inglês. Aliás, desculpe perguntar, mas por que a empresa exige fluência em inglês se aqui só se fala português?

Seu Borges: -- E eu sei lá? Dá para você tirar logo as cópias?

Fabiana: -- O senhor não prefere que eu digitalize o relatório? Porque eu tenho profundos conhecimentos de informática.
Seu Borges: -- Não, não.. Cópias normais mesmo.

Fabiana: -- Certo. Mas eu não poderia deixar de mencionar minha criatividade. Eu já comecei a desenvolver um projeto pessoal visando eliminar 30% das cópias que tiramos.
Seu Borges: -- Fabiana, desse jeito não vai dar!

Fabiana: -- E eu não sei? Preciso urgentemente de uma auxiliar.
Seu Borges: -- Como assim?

Fabiana: -- É que eu sou líder, e não tenho ninguém para liderar. E considero isso um desperdício do meu potencial energético.

Seu Borges: -- Olha, neste momento, eu só preciso das três cópias.

Fabiana: -- Com certeza. Mas antes vamos discutir meu futuro...

Seu Borges: -- Futuro? Que futuro?

Fabiana: -- É que eu sou ambiciosa. Já faz dois dias que eu estou aqui e ainda não aconteceu nada.
Seu Borges: -- Fabiana, eu estou aqui há 18 anos e também não me aconteceu nada!

Fabiana: -- Sei. Mas o senhor é hands on?

Seu Borges: -- Hã?

Fabiana: -- Hands on....Mão na massa.

Seu Borges: -- Claro que sou!

Fabiana: -- Então o senhor mesmo tira as cópias. E agora com licença que eu vou sair por aí explorando minhas potencialidades. Foi o que me prometeram quando eu fui contratada.

Então, o mercado de trabalho está ficando dividido em duas facções:

1.Uma, cada vez maior, é a dos que não conseguem boas vagas porque não têm as qualificações requeridas.

2.E o outro grupo, pequeno, mas crescente, é o dos que são admitidos porque possuem todas as competências exigidas nos anúncios, mas não poderão usar nem metade delas, porque, no fundo, a função não precisava delas.

Alguém ponderará - com justa razão - que a empresa está de olho no longo prazo: sendo portador de tantos talentos, o funcionário poderá ir sendo preparado para assumir responsabilidades cada vez maiores.

Em uma empresa em que trabalhei, nós caímos nessa armadilha. Admitimos um montão de gente superqualificada. E as conversas ficaram de tão alto nível que um visitante desavisado confundiria nossa salinha do café com a Fundação Alfred Nobel.

Pessoas superqualificadas não resolvem simples problemas! Um dia um grupo de marketing e finanças foi visitar uma de nossas fábricas e no meio da estrada, a van da empresa pifou. Como isso foi antes do advento do milagre do celular, o jeito era confiar no especialista, o Cleto, motorista da van.

E aí todos descobriram que o Cleto falava inglês, tinha informática e energia e criatividade e estava fazendo pós-graduação... só que não sabia nem abrir o capô.

Duas horas depois, quando o pessoal ainda estava tentando destrinchar o manual do proprietário, passou um sujeito de bicicleta. Para horror de todos, ele falava "nóis vai" e coisas do gênero. Mas, em 2 minutos, para espanto geral, botou a van para funcionar. Deram-lhe uns trocados, e ele foi embora feliz da vida.

Aquele ciclista anônimo era o protótipo do funcionário para quem as Empresas modernas torcem o nariz: o que é capaz de resolver, mas não de impressionar.

Max Gehringer

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