Além de aliviar o mal estar, muitas espécies apresentam delicadas flores que enfeitam e aromatizam jardins e terraços.
Muitas das plantas que ajudam na cura ou na prevenção de doenças podem ser cultivadas – com exceção das espécies arbóreas – no jardim de nossas casas ou em vasos no terraço de apartamentos. A maioria delas não apresenta contra-indicação, mas é preciso tomar cuidado, pois algumas delas não podem ser tomadas em doses elevadas, o que pode acarretar efeitos colaterais. Para obter os efeitos desejados e não correr riscos é fundamental saber exatamente quais as funções de cada espécie e o modo correto de utilizá-las. O plantio em canteiros ou vasos exige sol pleno para a maioria das espécies a fim de que suas propriedades sejam preservadas
A maioria das ervas medicinais é usada em chás de infusão, mas outras de uso externo devem ter suas folhas maceradas para aplicação sobre a pele. O preparo básico das ervas de infusão é o seguinte: para cada xícara de chá, colocar uma colher de sopa de folhas frescas ou uma colher de chá de folhas secas (picar as folhas facilita a medição) em água fervente, abafar e desligar o fogo. Espere dez minutos e tome o chá ainda quente.
Ginkgo biloba (Salisburia biloba) Há milênios o ginkgo vem sendo cultivado em lugares sagrados no Extremo Oriente. As folhas fósseis mais antigas do ginkgo foram datadas como pertencentes ao período Triássico da Era Mesozóica, há 225 milhões de anos – um pouco antes da era dos dinossauros. Em chinês a palavra ginkgo significa “damasco prateado”. A palavra biloba é por causa do formato bilobado das folhas. O ginkgo japonês foi levado para a Europa no século XVIII. O extrato de suas folhas secas é usado como complemento alimentar e como medicamento natural para o cérebro, os olhos, o coração e outros órgãos.
Estudos científicos comprovam sua atuação para a melhoria da memória e para a circulação sanguínea, evitando a má coagulação e combatendo os radicais livres presentes no sangue, aumentando a resistência do corpo contra diversas doenças. Os ácidos ginkgólicos e o ginol, presentes nos frutos, inibem o crescimento de bactérias e fungos, prevenindo contra infecções. Na forma de chá, é empregado no combate a problemas respiratórios, como asma, bronquite, ronquidão, tosse, rinite crônica e tuberculose, contra má-circulação, perda de memória, gonorréia, úlceras estomacais, doenças de pele e ansiedade. Aplicado localmente na forma de emplastos, age contra furúnculos. O ginkgolídeo B, sintetizado em laboratório, é empregado pelos médicos para evitar a rejeição de transplantes de órgãos e contra choques asmáticos e intoxicações. Sua propagação é feita por sementes ou estacas da planta feminina e gosta de solos arenosos, bem drenados e profundos, mas adapta-se bem em vários locais, crescendo até mesmo em solos pobres e compactos, independentemente da acidez do terreno. A árvore atinge até 40 metros de altura e gosta de meia sombra.
Hipérico (Hypericum perforatum) Originário da Europa e da Ásia, o hipérico é usado no tratamento de depressões e estados de ânimo alterados. O nome científico “hypericum” é derivado do grego e significa “acima de uma aparição”, em referência à crença de que a planta era tão detestável aos espíritos malignos que uma brisa poderia fazê-los voar para longe. Além de combater a depressão, o hipérico é utilizado contra o mau funcionamento do fígado, dos rins, doenças pulmonares, diarréia, insônia e dores musculares causadas por contusões. Sua propagação é feita por sementes e estaquia de ramos novos e se adapta a qualquer tipo de solo. Sua planta atinge de 30 a 90 cm de altura.
Arnica (Arnica Montana L. Asteraceae) Originária das regiões montanhosas da Europa Central, a arnica é indicada na cura de dores musculares causadas por contusões, hematomas, distensões musculares, pressão alta, reumatismo, gota, inflamações na boca e furúnculos, além de ser usada para evitar a queda de cabelos e caspa. De uso externo, suas flores e rizomas devem ser macerados e aplicados sobre a região necessitada. Sua propagação é feita por sementes ou divisão de raízes, exige áreas de pleno sol e solo argilo-arenoso, rico em húmus, bem drenado e com pH 6,5. Sua planta atinge de 40 a 70cm de altura.
Calêndula (Calendula officinalis L.) Originária do Egito, a calêndula se difundiu por toda Europa. Indicada para inflamações nas mucosas da boca e garganta, úlceras, gastrite, úlcera duodenal, problemas na produção da bile e feridas. Sua propagação é feita por sementes (germinadas em sementeiras), gosta de sol pleno e solo rico em nutrientes e matéria orgânica. Atinge de 20 a 50cm de altura.
Camomila (Matricaria chamomilla) Originária do norte da África, a camomila é usada pelos seus efeitos calmantes e carminativos, ajudando a aliviar a cólica dos recém-nascidos. É indicada para reidratação oral, cólica uterina e conjuntivite. Sua propagação é feita por sementes (germinadas em sementeiras), gosta de sol pleno e terra úmida, rica em nutrientes. Atinge, em média, 35 cm de altura. |